segunda-feira, 11 de julho de 2011

Recursos Naturais e Desenvolvimento Sustentável tema de palestra na Universidade Eduardo Mondlane

A Universidade Eduardo Mondlane e a Associação Mineira Geológica Mineira de Moçambique (AGMM) organizaram, no dia 22 de Junho de 2011, uma palestra com o tema: Recursos Naturais e desenvolvimento sustentável em Moçambique, proferida pelo Professor Jeffrey Sachs, da Universidade da Columbia, EUA, e Conselheiro do Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon.

Na ocasião, Professor Sachs disse que Moçambique tem muitos recursos naturais que se forem bem usados poderão trazer um grande desenvolvimento para o País e caso contrário o mau aproveitamento traria muita pobreza, poluição ambiental entre outras questões negativas.

Para que Moçambique faça bom aproveitamento dos recursos naturais que possui, de acordo com o palestrante, tem de haver boa capacidade de liderança e que as decisões sobre o desenvolvimento do país devem ser feitas pelos moçambicanos, envolvendo também intelectuais.

"É uma questão política evitar possíveis erros e os governos têm de saber qual é o retorno das receitas das empresas e isto depende das despesas fiscais. As Universidades também têm um papel importante para que haja um desenvolvimento sustentável produzindo intelectuais com visão", disse Professor Sachs.

Ainda de acordo com o palestrante, Moçambique tem de encontrar um meio-termo para obter bom retorno da exploração dos recursos minerais e que deve haver boa planificação ao nível do governo, uma vez que o país precisa de grandes investimentos nas áreas de educação, saúde, saneamento, infra-estruturas básicas com financiamento público e deve se planificar e orçamentar fazendo planos plurianuais.

Num outro ponto falou da clareza dos contratos feitos entre o governo e as empresas mineiras, que não podem ser fechados. «Tem de haver benefício mútuo entre Moçambique e as empresas mineiras. O vosso País tem de ter políticas que beneficiem a população", salientou.

UEM/Faculdade de Letras e Ciências Sociais lança livro sobre Género, Sexualidade e Práticas Vaginais

O Departamento de Arqueologia e Antropologia da Faculdade Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane lançou, no mês de junho, um livro sobre "Género, Sexualidade e Práticas Vaginais".

A obra, da autoria das Doutoras Brigitte Bagnol, da Universidade Witwatersrand, África do Sul, e Esmeralda Mariano, docente da UEM, é resultado de um estudo sobre a matéria realizado no Sudoeste Asiático (Tailândia e Indonésia) e na África Austral (Moçambique e África do Sul) sob orientação do Departamento de Pesquisa em Saúde Reprodutiva, Género e Direitos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em Moçambique a pesquisa etnográfica foi realizada em quatro locais da Província de Tete, sendo duas zonas rurais e duas urbanas, na cidade de Tete e no distrito de Changara.

O livro foi apresentado pela Prof. Doutora Ana Loforte, docente no Departamento de Arqueologia e Antropologia. Disse que a obra elucida sobre práticas que intervêm na construção das identidades e sexualidades femininas.

"Na revisão da literatura, a obra incide sobre aspectos etnográficos e médicos. É fértil de uma multiplicidade de autores e esclarece-nos noções, motivações, interpretações, simbolismos e metáforas ligadas à sexualidade", disse Ana Loforte.

Acrescentou que as autoras procuram sublinhar a diversidade destes processos de construção das identidades conformadas por amplos espectros de percepções, conceitos e erotismos, fazendo a relação intrínseca entre a sexualidade, os valores socioculturais e os mecanismos de controlo social existente em relação às mulheres das zonas estudadas.

"As autoras chamam atenção em relação à sexualidade e a sua complexidade, relembrando que a sexualidade e comportamento social são em todas as culturas sujeitos ao papel de género e construção das identidades sociais e sexuais e, consequentemente, experimentadas de formas de diferentes por homens e mulheres", salientou.

Para a Vice-Reitora Académica, Prof. Doutora Ana Mondjana, que participou na cerimónia de lançamento, a obra é um momento importante para as autoras e para a UEM, pois são acções desta natureza que engrandecem a Universidade.

«Quando se faz a qualificação das instituições do ensino superior, a produção literária é um dos parâmetros que é usado. Em relação ao livro, vai suscitar muito debate por natureza do tema da obra", disse.

Finanças do país: melhor destino é o desvio!?

Por: Francisco J. P. Chuquela

O desvio de fundos públicos constitui a notícia que, quase diariamente, sacia a imprensa do país. Mas esta parece ser a melhor função do cofre público, pois não se vê o destino que esses fundos poderiam tomar se não fossem desviados pelos funcionários mal pagos uma vez que as despesas do país são cobertas pelas doações do estrangeiro.

Considerável percentagem do orçamento para vários sectores, de educação à saúde, é aplicada pelo G-19 e outros países desenvolvidos que não fazem parte do grupo. Os medicamentos e as campanhas de combate às pandemias, de a malária ao HIV, são, maioritariamente, financiados pelas organizações internacionais.

Já os fundos que diminuiriam a dependência aguda pela esmola externa a que o país se entrega com total orgulho são disputados pelo público que tem acesso às chaves do poupado cofre do Estado.

Só para citar casos recentes, aqueles ainda respirados pelos consumidores da informação dada pela imprensa. Ainda este ano de 2010, indiciados de desvios de fundos do Estado:

- Foram suspensos quatro funcionários do sector de cobrança de receitas na Cidade da Matola. 1.540.000.00MT em causa;

- Foi suspenso o funcionário de Educação em Govuro, Inhambane, Joaquim João Diogo. 140.000.00MT em causa;

- Foram suspensos três dirigentes da Escola Primária Completa de Chimbande, na Cidade de Tete;

- Foram suspensos seis funcionários do sector de educação em Gondola, Manica;

- Foram acusados treze Generais da polícia pelo Ministerio Públio.

Os casos citados aconteceram num espaço bastante reduzido de tempo. Afora essas citaçãoes é preciso lembrar que, Segundo a Agência de Informação de Moçambique, só em 2008, a Procuradoria Geral da República autuou 619 processos por corrupção e desvio de fundos e bens do Estado do país.