"No Distrito de Chibabava, a Sul da Província de Sofala, no Centro do Pais, há mais raparigas a frequentar o ensino formal do que homens. De acordo com o Director dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia (SDEJT), Mauzere Alberto, nos últimos anos Chibabava está a bater recorde histórico ao ter conseguido colocar mais mulheres a frequentar o ensino do que homens. A nível do Distrito de Chibabava, segundo a fonte, o sector de Educação conseguiu matricular só no ano passado 15.134 raparigas de um total de 25.300 alunos inscritos nos diversos níveis de ensino. Para o presente ano lectivo, que arrancou oficialmente no passado dia 20 de Janeiro, o distrito previa matricular 17.500 raparigas de um universo global de 27.509 alunos. De acordo com o director da SDEJT em Chibabava, para que o número de raparigas não volte a abrandar nos próximos tempos o sector de educação local está a promover campanhas de sensibilização junto as famílias, explicando a necessidade de matricular as suas filhas para frequentar o ensino. Explicou que para garantir o recrutamento e adesão de maior numero de raparigas, os professores tem priorizado matriculas porta-a-porta. Segundo a fonte, no âmbito da expansão da rede escolar a nível daquele distrito, um dos desafios do sector que dirige é continuar a elevar o número de raparigas nas escolas, para permitir que haja igualdade de oportunidades do direito ao ensino. Disse ainda que o pessoal afecto ao sector da Educação não tem poupado esforços no sentido de se deslocar casa-a-casa para identificar raparigas em idade escolar que não frequentam o ensino e posteriormente realizar a sua matrícula. Em Chibabava, a semelhança do que acontece um pouco por quase todas zonas rurais em Moçambique, ainda existem famílias que não tem o hábito de matricular as suas filhas nas escolas, movidos pelo remoto conceito de que as mulheres somente servem para desempenhar papel de esposa em casa, onde apenas cuidam do trabalho domésticos, gerar e cuidar filhos. Ainda em relação ao Distrito de Chibabava, predomina outro factor que inibe certas famílias a optar por matricular as suas filhas, nomeadamente os casamentos prematuros que consistem em muitas raparigas tornam-se comprometidas logo a sua infância com homens adultos. “Tem sido normal aqui em Chibabava um homem adulto se comprometer casar com uma mulher no acto de nascimento” – revêlou a fonte. Muitos dos homens que se envolvem nesse tipo de situações trabalham na vizinha Africa do Sul."
in : O Autarca
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