quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Limitações tecnológicas podem travar oportunidades

Por: Francisco J. P. Chuquela

As redes sociais alavancaram a possibilidade de estabelecer contactos com gente remota, possibilitando a identificação de oportunidades, mas ainda não há, no nosso país, tecnologia de ponta que possa ajudar a explorar as mesmas oportunidades.

Um moçambicano pode ter acesso a redes sociais de internet e comunicar-se com o mundo, descobrir possibilidades de prestar serviços e gerir negócios no exterior sem se deslocar ou mudar de nacionalidade, mas não terá como pagar ou receber (meios monetários) a distância, isto é, via internet porque o país ainda não está contemplado nos sistemas de transação online de dinheiro.

O paypal é um dos sistemas de transações financeiras na internet no qual os moçambicanos não estão contemplados porque os bancos do país não estão ligados a isso, logo o regulamento desta companhia online não inclui Moçambique, apesar de o Paypal ser uma companhia internacional a servir centenas de países, por isso têm nos seus displays todas as bandeiras do mundo. Será que os dirigentes do nosso país não têm possibilidade de negociar a inclusão do país neste sitema?

Existem em Moçambique, como em todos os países, jovens árduos e preocupados com o sucesso. Jovens que buscam oportunidades para se safarem das garras de carrências.

A tecnologia, principalmente de comunicação, veio facilitar a identificação de oportunidades, mas ainda resta o desafio de afiá-la para ajudar a aproveitar as oportunidades que se vão identificando no dia a dia da Pérola do Índico.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Jovens criticados mesmo diante de barreiras

Por: Francisco Joaquim Pedro Chuquela


Uma das estratégias do governo moçambicano no combate à pobreza absoluta foi, directa ou indirectamente, a introdução, nas escolas privadas e públicas, de cursos centrados no empreendedorismo e capacitação para criação de auto-empregos.

Mas na prática esses cursos são frequentados exclusivamente por aqueles que suportam os custos dos referidos cursos cujas mensalidades superam o salário mínimo actual do país, facto que faz com que a criaçãob dessas formações não seja ou não tenha sido oportunidade para a maioria dos jovens.

Várias vezes, dirigentes deste país criticam os jovens, alegando que esses são preguiçosos e carrecem de criatividade e cultura de trabalho. Exemplo concreto dessas críticas foi quando os dirigentes do país tomaram a palávra durante e depois das manifestações de 1 e 2 de Setembro de 2010.

O povo que manifestava em protesto ao custo de vida que tende a subir, cada vez que o sol se levanta, recebeu, dos subordinantes, referências pejorativas como preguçosos, parados, etc.

Não é saudável que num país como o nosso, em vias de desenvolvimento, hajam oportunidades concentradas para um grupo restrito de pessessoas e portas fechedas para outras, particularmente jovens.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Bolso cheio é a chave para estudar em Moçambique

Por: Francisco J. P. Chuquela

Lá se foram os tempos em que, neste país, a Educação era para cidadãos de todos os níveis sociais, desde a classe de rendimento mais baixo até a do mais alto.

Nos últimos anos parece haver um seleccionador no portão de cada instituição de ensino, principalmente superior, encarregue de seleccionar os que podem e os que não podem estudar, usando o critério ‘Gordura do Bolso’.

As provas de que só os de bolso cheio têm o direito à Educação em Moçambique estão a céu aberto. Veja-se que a partir deste ano, 2011, os pagamentos, desde as propinas até as mensalidades, na maior instituição de ensino superior em Moçambique, Universidade Eduardo Mondlane, sobem em 400%.

Se, por exemplo, as mensalidades para pós-laboral rondavam entre 2.500.00Mt e 3.000.00Mt, com o aumento em 400% vão partir de 6.000.00Mt. Esta percentagem acrescida vale também para as matrículas semestrais do curso diurno.

O salário mínimo deste país é 2.400.00Mt. Aora, um chefe de família com pelo menos três filhos em idade escolar vai lhes pôr a estudar?

Vejamos agoara se ainda funciona o lema ‘Educação para todos’, outrora usado na promoção da escolaridade pelo Moçambique de Samora Machel.

Para onde vai o país com jovens limitados na vida esolar?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Quando a educação deixa de ser para todos

Por: Francisco J. P. Chuquela

Já lá se vão afastando os anos em que a educação batia porta aos moçambicanos. Cada ano lectivo que chega procura ser pior que o outro em termos do número dos moçambicanos que, com imensa vontade de estudar, ficam sem vaga para tal intento.

O que se assiste no nosso país é que os dirigentes desta área anunciam, na hora do balanço, mais escolas construidas, mais escolas reabilitadas, mais professores formados, etc, mas quando chega a vez de se fazer uso dessas conquistas esquivam as câmeras e dizem que não há vagas para os moçambicanos estudarem, crianças incluidas.

Recorde-se que Educação foi dos sectores mais prioritários no começo do período pôs-colonial, pois o primeiro presidente de Moçambique independente, Samora Machel, via nele o futuro do país. O resultado foi excelente, houve uma redução significativa do índice do analfabetismo. Agora os ingressos nas escolas são limitados, limitados até para crianças.

Duas perguntas que provavelmente não podem ganhar respostas directas e claras:

Onde é que são construidas as escolas anunciadas na hora do balanço?
Para onde é que são canalizados os professors formados todos os anos?

Respostas directas e claras para estas perguntas seriam aquelas ditas com exactidão e sem argumentos. Sinceramente não existem nem na boca do titular da pasta de educação.