"Numa aparente atitude de “fuga em frente”, alguns professores das escolas primárias, secundárias e técnico/médias da cidade e província de Maputo queixaram-se, esta quarta-feira, de sofrerem assédio sexual, alegadamente, protagonizado pelas suas alunas “que se apresentam seminuas nas salas de aulas”.
“Elas assediamnos como forma de obterem notas altas no fim de cada ano lectivo”, argumentou António Wilson, docente do Instituto Pedagógico do Umbeluzi, na vila-sede do distrito de Boane, província de Maputo, falando ao Correio da manhã à margem de um encontro denominado Jovens para Mudança e Acção (JOMA), promovido pela Embaixada dos Estados Unidos da América (EUA), em Maputo.
“Nós, professores, é que somos as principais vítimas do assédio sexual e quando chamamos atenção aos encarregados de educação das alunas sobre a situação somos ignorados, mas quando as alunas reprovam os mesmos encarregados de educação que nos ignoraram metem queixa à direccão da escola dizendo que as suas educandas reprovaram porque recusaram ceder aos assédios sexuais dos professores”, fundamentou Wilson secundado por vários colegas seus também presentes naquele encontro terminado quarta-feira em Maputo.
Contudo, Adam Turney, coordenador do projecto JOMA, depois de reconhecer que o assédio sexual nas escolas moçambicanas é uma realidade, observou que o fenómeno ocorre “porque o professor tem um poder sobre os alunos, muitas vezes, usado para troca de favores, isto é, ele exige algo em troca da indicação de que a aluna obteve bom aproveitamento pedagógico ao longo do ano lectivo”. A mesma situação é praticada por alunas junto aos seus professores, principalmente no fim do ano lectivo, segundo igualmente Turney."
in : Correio da Manhã
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