quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Camaradas traem camaradas e perde-se a camaradagem

Por: Francisco J. P. Chuquela

O Estado moçambicano é chefiado por um veterano da luta armada de libertação do país do jugo colonialista e, o seu governo é maioritariamente, se não completamente, constituído por militantes da mesma luta e da guerra dos dezasseis anos.

Durante os anos de guerra, eram milhares e milhares de militantes a jurarem entregar a vida em troca de um país livre da brutalidade, mas no fim da luta, foram arquitectados dois grupos: o dos heróis ou veteranos de luta, donos de privilégios e detentores do poder e, o dos desmobilizados de guerra ou antigos combatentes.

É que, depois dos conflitos armados, quando foram recolhidos e arrumados os instrumentos de guerra, foi também arrumado, à maneira de descartar, um número sem fim de militantes, alguns com deficiências física e psicológica, lavradas no combate pela pátria.

Na luta, com as armas a descarregarem o peso nos rostos de todos, chamavam-se de camaradas e eram unidos, segundo reza a história, pois lutavam pela mesma causa e defendiam os mesmos interesses, mas hoje há, por exemplo, um Alberto Chipande no topo e um Jossias Matsena ou Hermínio dos Santos nas cinzas.

Os desmobilizados de guerra, que antes eram perseguidores dos inimigos do país, hoje são espezinhados e perseguidos pelos antigos camaradas. Exemplo disso é a marginalização, pelas elites governamentais, e a violência, pelas autoridades policiais, aos desmobilizados de guerra, na vez de reivindicarem aquilo que julgam serem os seus direitos.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ensino superior torna-se um dos grandes negócios do governo

Por: Francisco J. P. Chuquela

Quanto mais adulterado, deficiente e desprezível, a Educação Superior, em Moçambique, torna-se cada vez mais cara e um investimento impossível aos bolsos de baixa renda.

Exemplo concreto desta alusão é o comportamento da maior e mais antiga instituição do ensino superior no país, a Universidade Eduardo Mondlane, que vive criando barreiras aos moçambicanos de baixa renda que sonham com o nível superior de habilitações literárias.

Depois de agravar as taxas de matrícula e de inscrição por cadeira semestral em 400% no início do ano 2011, a Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, ameaçou, nos finais do mesmo ano, agravar, sem pré-aviso, em aproximadamente 800%, a taxa de renovação da matrícula.

Recorde-se que esses agravamentos estão a ser praticados por uma universidade pública numa altura em que as empresas dos sectores privado e público reclamam a mão-de-obra qualificada porque o ensino em Moçambique é fraco. A política educacional é desprezível e infantil. Chegam ao ensino superior estudantes que usufruíram de passagens automáticas nos níveis anteriores.

Deixando de lado a taxa da matrícula, que passa a custar 600.00MT, e o resto das formas de negócio que lá estão, se a inscrição por cadeira semestral custa 420.00MT, para um exemplo de sete cadeiras e as mensalidades do pós-laboral que chegam a passar 3.000.00MT com o salário mínimo nacional na casa dos 2000.00MT, o ensino superior é para todos?

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

País (pode) regressa(r) do abismo

Por: Francisco J. P. Chuquela

A Ciência, a Tecnologia e a Educação, mas principalmente esta última, são os sectores chaves na concretização dos objectivos de um país em vias de desenvolvimento. Um país que precisa de quadros com visão minimamente suficiente, não só para identificar oportunidades, mas também para explorá-las inteligentemente.

Na tarefa de formar quadros verdadeiramente competentes, este país estava de férias. Há aproximadamente uma década, o sector de Educação não se importa com o desempenho dos alunos para lhes graduar de um nível académico para o outro. Em suma: este sector importa-se com os resultados numéricos e não com a qualidade, empurrando, desta feita, o país para um abismo que seria possível evitar.

Neste país está-se numa situação em que basta mais meia década com o mesmo comportamento para se ver doutores e peritos analfabetos na tomada de decisões e na condução de uma nação que, com dirigentes competentes, é/seria merecedora e promissora de progressos inimagináveis.

Agora, os responsáveis por esta área bastante sensível da vida de um país devem ter colocado a mão na consciência e resolvido buscar formas de corrigir o erro enquanto corrigível, pois é curto o tempo que resta para que o erro seja incorrigível.

Pois sim que a conclusão mais imediata a que se chega em relação a decisão do Ministério de Educação, de parar as passagens automáticas é de que os dirigentes deste país só se apercebem do erro aproximadamente dez anos depois de comete-lo.

Mas vejamos que a abolição de passagens automáticas é, ainda, apenas uma decisão. Quem nos garante que isso irá à prática? Quantas decisões foram tomadas e não foram colocadas em prática neste país? O caso da cesta básica de que o governo engravidou e abortou muito prematuramente é uma recordação exemplar de nos emprestar a insegurança no concernente a eliminação das assassinas passagens automáticas.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Estudantes (não) sabem escrever no computador?

Por: Francisco J. P. Chuquela

“Ganhar a ciência para sermos capazes de mobilizar a natureza a favor do Homem” é apenas um tostão do que fora ditto pelo presidente Samora no âmbito de incentivar a concepção da ciência e tecnologia no país como forma de acelerar a construção do Moçambique pôs-independência.

Hoje a ciência e tecnologia ganha imensurável espaço no país, dando fôlego à globalização que se move a velocidade turbinada. Mas parece haver gente que fecha os olhos a esta tão presente manifestação científica que percorre o país.

Parte considerável de estudantes da maior instituição do ensino superior no país não sabe escrever no computador, facto que leva a corridas imparáveis quando há trabalhos de pesquisas cujos resultados devem ser dactilografados e entregues aos professores.

Nas casas de “internet café” há um valor estipulado que se paga para ocupar um computador durante um determinado tempo calculado em minutos. Além desse valor, a maioria de estudantes paga a mão de obra, isto é, a pessoa que vai manejar o computador em seu lugar. Ridículo, acho.

Os estudantes almejam concluir os seus cursos e conseguir afectação nas áreas de sua formação. Pergunto: qual é a área de trabalho que dispensa o uso do computador?

Falta de vontade de aprender
Para os estudantes que acabam de ingressar neste nível de ensino pode se esperar que se esforcem a assimilar o manejo dessas máquinas. Mas o que é que se diz daqueles que estão na recta final dos seus cursos ainda a olharem para os computadores com estranheza e ignorância?

Para quem se preocupa em aprender, não acho que um mês seja pouco para se aprender pelo menos digitar um documento no computador. Agora, o que se deve dizer de um estudante que leva quatro anos a depender dos outros para passar as suas ideias do manuscrito para dactilografado?

O mísero subsídio do idoso

Por: Absalão Zacarias Langa/Estudanre-UEM

Após vários ensaios no que concerne ao subsídio do idoso, o governo fixou em apenas 380 meticais como subsídio à pessoa da terceira idade, um subsídio que ainda está longe de satisfazer as necessidades dos idosos é de louvar a decisão do governo em ter aumentado o subsídio, mas de salientar que não é suficiente com a dinâmica da vida actual.

Estamos numa altura em que a economia do mercado é que dita as regras, o idoso não estará em condições de satisfazer as suas necessidades básicas alimentares, apesar de a alimentação já estar inclusa naquilo que podemos chamar de subsídio alimentar para o idoso, há necessidade de sustentar o idoso apesar da sua idade avançada, o que fará com que haja menos idosos nas ruas, pedindo esmola para o seu sustento, visto que a medida tomada não irá abranger a todos idosos.

Numa altura em que se aproxima o dia do idoso urge a necessidade de se pensar em programas sustentáveis e a criação de mais lares para idosos que são escorraçados do amparo das sua famílias e, os deixando à sua sorte.

O idoso de hoje, outra foi jovem que por vários motivos não conseguiu projectar o seu futuro ontem, dai encontramos muitos deles nas ruas, outros por causa da guerra e outros motivos.

É imperioso que se comece a pensar no idoso do amanhã, não deixando a cargo de quem por si só não tenha forças para correr atrás dos seus direitos, se descriminamos os idosos de hoje, amanhã acontecerá o mesmo com o jovem de hoje.

O subsídio dado pelo governo não chegará para nada, o idoso está a ser descriminado e, lhe tiramos o seu papel na sociedade igualando-lhe a um objecto inútil.

O idoso, por sua vez, tem um papel bastante importante na preservação da cultura e dos valores morais da sociedade, tendo em conta que muitos idosos são chefes de famílias ou responsáveis pela educação dos seus netos, tendo este contacto como um cordão umbilical alimentando a sociedade para que não se perca os valores e o legado cultural.

domingo, 21 de agosto de 2011

Direitos iguais entre homens e mulheres

Por: Castro Silvano Davane/Estudante-UEM

A dita igualdade dos direitos entre hmens e mulheres é, sem dúvida, uma autêntica fantochada. Falo do que se passa no meu país onde o que se vive é uma imparcial hegemonia do género feminino. É sim, uma supremacia em detrimento do sexo oposto.

Pergunto a mim mesmo: será que os criadores dessas leis vivem neste canto do mundo? Será que eles veem que essas leis estão a ser violadas? Respondo-me em forma de palpate onde chego a pensar que os professores dessas leis estariam, nalgum momento, estariam a compará-la com a dita e vulgar emancipação da mulher.

Recordo-me, com tristeza, duma história contada por um amigo meu, agente de ordem e tranquilidade pública, vulgo “cinzentinho”. Contava-me com alegria e com lábios quase rasgados de risos que na esquadra onde operava naquela noite apareceu uma jovem chorando, alegando que fora vítima de agressão física. Face a essa situação, a polícia agiu imediata e turbinadamente de modo a se achar o aggressor que era supostamente seu namorado e que logo em seguida fosse penalizado pelo acto bárbaro que cometera.

Eis o que me assusta quando se fala de direitos iguais entre os dois sexos: na mesma noite, naquela esquadra da polícia, apareceu um senhor com a cara bem inchada, gemendo de dores causadas pelas pancadarias da sua própria esposa e lá meteu a queixa. Como resposta, ouviu gargalhadas bem sintonizadas dos agentes que lá se faziam presentes, incluindo as do meu amigo.

Igualdade ou supremacia?

A vós, professores das leis moçambicanas.

Trabalhadores da empresa Omega segurança em greve

Por: Absalão Zacarias Langa/Estudante - UEM

Os trabalhadores da empresa ómega segurança estão de greve devido aos atrasos de pagamentos dos seus ordenados, estes que esperavam poder alegrar as suas famílias com uma refeição diferente, foram obrigados a chegar em suas casas com os bolsos rotos sem nenhum tostão como se tivessem sido vítimas de uma visita do amigo do alheio que, na calada da noite “ busca o seu sustento através dos esforços dos outros”.

Os trabalhadores passaram a tarde toda na base da empresa situada no bairro da malhangalene procurando por uma resposta satisfatória e, em gesto de resposta esta empresa, como de costume chamou a polícia para dispersar os seus funcionários que clamavam por uma resposta aos seus esforços empregue em meses de trabalho árduo.

Já tornou-se ”normal” infelizmente ver aqueles trabalhadores a jorrarem lágrimas de gritos de socorros pela inspecção do trabalho que por vezes só vai arrecadar algumas migalhas cedidas pelos do patronato.

Que mal fizeram aqueles trabalhadores que perderam noites e noites em troca de um salário básico para dar uma vida digna as suas famílias, se bem pode-se chamar de vida digna ao sofrimento passado por aqueles jovens, pais de famílias. Que tipo de pecado terão cometidos para tamanho castigo? Ninguém merece tamanho sofrimento.

Que tipo de pai é a direcção desta empresa que privilegia a uns filhos em detrimento de seus lucros não estarem comprometidos e outros não? Atém quando é que esta empresa ira honrar com os seus compromissos?

Até quando e que ainda seremos explorados em nossa própria casa? O que é que o sindicato já vez para solucionar o problema? Um problema com raízes bem grandes e fortificadas nas empresas de segurança, um mês sem salário, ou uma semana em salário implica igual número de noites ou dias passados com o estômago vazio. E este mesmo segurança de estômago vazio deve proteger a outras famílias para garantir o sustento de casa.

As rotinas de greves trimestrais cessarão no dia em que alguém com competências resolva de vez este vírus que assola as empresas de seguranças do pais em particular a ómega segurança, uma vez os trabalhadores não conhecendo as leis que lhes protegem e quem fale por eles, continuarão violentos como forma de pressionar o patronato a cumprir com as suas obrigações.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Recursos Naturais e Desenvolvimento Sustentável tema de palestra na Universidade Eduardo Mondlane

A Universidade Eduardo Mondlane e a Associação Mineira Geológica Mineira de Moçambique (AGMM) organizaram, no dia 22 de Junho de 2011, uma palestra com o tema: Recursos Naturais e desenvolvimento sustentável em Moçambique, proferida pelo Professor Jeffrey Sachs, da Universidade da Columbia, EUA, e Conselheiro do Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon.

Na ocasião, Professor Sachs disse que Moçambique tem muitos recursos naturais que se forem bem usados poderão trazer um grande desenvolvimento para o País e caso contrário o mau aproveitamento traria muita pobreza, poluição ambiental entre outras questões negativas.

Para que Moçambique faça bom aproveitamento dos recursos naturais que possui, de acordo com o palestrante, tem de haver boa capacidade de liderança e que as decisões sobre o desenvolvimento do país devem ser feitas pelos moçambicanos, envolvendo também intelectuais.

"É uma questão política evitar possíveis erros e os governos têm de saber qual é o retorno das receitas das empresas e isto depende das despesas fiscais. As Universidades também têm um papel importante para que haja um desenvolvimento sustentável produzindo intelectuais com visão", disse Professor Sachs.

Ainda de acordo com o palestrante, Moçambique tem de encontrar um meio-termo para obter bom retorno da exploração dos recursos minerais e que deve haver boa planificação ao nível do governo, uma vez que o país precisa de grandes investimentos nas áreas de educação, saúde, saneamento, infra-estruturas básicas com financiamento público e deve se planificar e orçamentar fazendo planos plurianuais.

Num outro ponto falou da clareza dos contratos feitos entre o governo e as empresas mineiras, que não podem ser fechados. «Tem de haver benefício mútuo entre Moçambique e as empresas mineiras. O vosso País tem de ter políticas que beneficiem a população", salientou.

UEM/Faculdade de Letras e Ciências Sociais lança livro sobre Género, Sexualidade e Práticas Vaginais

O Departamento de Arqueologia e Antropologia da Faculdade Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane lançou, no mês de junho, um livro sobre "Género, Sexualidade e Práticas Vaginais".

A obra, da autoria das Doutoras Brigitte Bagnol, da Universidade Witwatersrand, África do Sul, e Esmeralda Mariano, docente da UEM, é resultado de um estudo sobre a matéria realizado no Sudoeste Asiático (Tailândia e Indonésia) e na África Austral (Moçambique e África do Sul) sob orientação do Departamento de Pesquisa em Saúde Reprodutiva, Género e Direitos da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em Moçambique a pesquisa etnográfica foi realizada em quatro locais da Província de Tete, sendo duas zonas rurais e duas urbanas, na cidade de Tete e no distrito de Changara.

O livro foi apresentado pela Prof. Doutora Ana Loforte, docente no Departamento de Arqueologia e Antropologia. Disse que a obra elucida sobre práticas que intervêm na construção das identidades e sexualidades femininas.

"Na revisão da literatura, a obra incide sobre aspectos etnográficos e médicos. É fértil de uma multiplicidade de autores e esclarece-nos noções, motivações, interpretações, simbolismos e metáforas ligadas à sexualidade", disse Ana Loforte.

Acrescentou que as autoras procuram sublinhar a diversidade destes processos de construção das identidades conformadas por amplos espectros de percepções, conceitos e erotismos, fazendo a relação intrínseca entre a sexualidade, os valores socioculturais e os mecanismos de controlo social existente em relação às mulheres das zonas estudadas.

"As autoras chamam atenção em relação à sexualidade e a sua complexidade, relembrando que a sexualidade e comportamento social são em todas as culturas sujeitos ao papel de género e construção das identidades sociais e sexuais e, consequentemente, experimentadas de formas de diferentes por homens e mulheres", salientou.

Para a Vice-Reitora Académica, Prof. Doutora Ana Mondjana, que participou na cerimónia de lançamento, a obra é um momento importante para as autoras e para a UEM, pois são acções desta natureza que engrandecem a Universidade.

«Quando se faz a qualificação das instituições do ensino superior, a produção literária é um dos parâmetros que é usado. Em relação ao livro, vai suscitar muito debate por natureza do tema da obra", disse.

Finanças do país: melhor destino é o desvio!?

Por: Francisco J. P. Chuquela

O desvio de fundos públicos constitui a notícia que, quase diariamente, sacia a imprensa do país. Mas esta parece ser a melhor função do cofre público, pois não se vê o destino que esses fundos poderiam tomar se não fossem desviados pelos funcionários mal pagos uma vez que as despesas do país são cobertas pelas doações do estrangeiro.

Considerável percentagem do orçamento para vários sectores, de educação à saúde, é aplicada pelo G-19 e outros países desenvolvidos que não fazem parte do grupo. Os medicamentos e as campanhas de combate às pandemias, de a malária ao HIV, são, maioritariamente, financiados pelas organizações internacionais.

Já os fundos que diminuiriam a dependência aguda pela esmola externa a que o país se entrega com total orgulho são disputados pelo público que tem acesso às chaves do poupado cofre do Estado.

Só para citar casos recentes, aqueles ainda respirados pelos consumidores da informação dada pela imprensa. Ainda este ano de 2010, indiciados de desvios de fundos do Estado:

- Foram suspensos quatro funcionários do sector de cobrança de receitas na Cidade da Matola. 1.540.000.00MT em causa;

- Foi suspenso o funcionário de Educação em Govuro, Inhambane, Joaquim João Diogo. 140.000.00MT em causa;

- Foram suspensos três dirigentes da Escola Primária Completa de Chimbande, na Cidade de Tete;

- Foram suspensos seis funcionários do sector de educação em Gondola, Manica;

- Foram acusados treze Generais da polícia pelo Ministerio Públio.

Os casos citados aconteceram num espaço bastante reduzido de tempo. Afora essas citaçãoes é preciso lembrar que, Segundo a Agência de Informação de Moçambique, só em 2008, a Procuradoria Geral da República autuou 619 processos por corrupção e desvio de fundos e bens do Estado do país.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Línguas moçambicanas em cadeiras adicionais na UEM

Por: Francisco J. P. chuquela

A Faculdade de Letras e Ciências Sociais da Universidade Eduardo Mondlane, como forma de contribuir na consolidação da unidade nacional, desenvolve o ensino de principais línguas nacionais de todas regiões do país, sendo que uma língua de uma dada região é ensinada como cadeira adicional aos estudantes doutras Regiões.

Cisena ou língua Sena, a língua mais falada na Região Centro, é incerida como cadeira adicional para estudantes naturais das províncias da Região Norte e da Região Sul. Cisena é falado nas províncias de Zambézia, Sofala, Tete e Manica, por um universo de 876.057 pessoas segundo o Censo Populacional de 1997. Esta língua é também falada no sul de Malawi, nas zonas Nsanje e Chiromo.

Emakua ou língua Macua, a mais falada da Região Norte, é incerida como cadeira adicional para estudantes naturais das províncias da Região Centro e da Região Sul. Emakua é falado nas províncias de Nampula, Niassa, Cabo Delgado e Zambézia por cerca de 2,5 milhões de pessoas.

Xichangana ou língua Changana, a mais falada na Região Sul, é incerida como cadeira adicional para estudantes naturais das províncias da Região Norte e da Região Centro. Xichangana é falado nas províncias de Maputo, Gaza, Inhambane e na zona meridional das províncias de Manica e Sofala por cerca de 1.423.327 pessoas de acordo com o Censo Populacional de 1997. É também falada na África do Sul na província de Transvaal. Xichangana tem como variantes xidzonga e xibila.

Com a inserção de cadeiras de ensino dessas línguas, a Faculdade de Letras e Ciências Sociais da UEM procura salvá-las da extinção a que estão sugeitos, uma vez que a língua de Unidade Nacional, a língua oficial portuguesa, é a mais predominante nos lugares públicos (nos hospitais, nas escolas, nos postos de trabalho, etc).

Há nisso também a vantagem de consolidação da unidade nacional por meio da promoção da interacção, entre estudantes de vários pontos do país, com recurso a línguas locais.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

UEM: Preguiça na leitura, uma barreira para estudantes

Por: Francisco J. P. Chuquela

Assiste-se a uma situação de se lamentar na Universidade Eduardo Mondlane, onde maior número de estudantes com condições para adquirir as recomentações bibliográficas, em livro ou em reprodução por fotocópias, disperdiçam o material.

Observando com mais atenção, em termos de argumentação sobre temas propostos pelos professores durante as aulas, um número razoável de estudantes que dependem, exclusivamente de bibliotecas para suas leituras superam os que vão frequentemente às livrarias comprar as recomendações bibliográficas.

A conclusão que se tira da fraca compreensão das matérias, por parte dos etudantes que dispõem do material completo para exercerem a sua ‘profissão de estudante’ é que fazem pouca leitura.

Enquanto que a conclusão aque se chega da forte capacidade de argumentação nos conteúdos colocados pelos professores, por parte dos estudantes com poucas posses para aquisição do material, é que o seu empenho resulta do devido esforço que um estudante precisa para ter sucesso.

A organização do tempo pessoal e a atracção do gosto pela leitura são as recomendações que se podem dar aos estudantes que almejam o sucesso, pois a vida de estudante são pesquisas e investigações, o que não é possível sem leituras regulares.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Medo da matemática, cemitério de reprovações

Por: Francisco J. P. Chuquela

No discurso que proferiu aquando da cerimónia de abertura do ano académico 2011, que decorreu na tarde do passado dia 28 de Março, no Centro Cultural universitário, o Professor Dr. Filipe Couto, Reitor da Universidade Eduardo Mondlane, sintetizou que o medo da matemática é a razão central de tantas reprovações na instituição de ensino que dirige.

Fora na tentativa de encorajar os novos ingressos à UEM que o Reitor Professor Dr. filipe Couto revelou que os estudantes de Engenharia, Arquitectura, Medicina, Física e Química reprovam por medo da matemática, sublinhando que não falta a capacidade, mas o medo ensombra todas as possibilidades de sucesso.

‘A matemática é o modelo da realidade que vocês experimentaram e experimentam no dia a dia, por isso não há razão para tanto medo’ – disse Couto para mais adiante criticar certas formas de os estudantes desafiarem a matemática. ‘São formulas decorradas sem noção da realidade, poucas investigações, etc. Assim a matemática é o cemitério das reprovações.’

Dr. Couto invocava também, no seu discurso, o uso adequado do tempo, apelando aos estudantes que almejam o sucesso a saberem aproveitar o tempo. ‘O tempo não é relógio, o tempo não é calendário, o tempo são eventos’ – disse para fazer entender que o tempo deve ser acompanhado por acções que apontam para a produtividade.

Fez parte do discurso que a cadeira tão temida, a matemática, é feita de erros. ‘Haja coragem, até para errar porque do erro aprende-se caminhos.’ - Salientou

Central Brazão Mazula, a biblioteca de todos

Por: Francisco J. P. Chuquela

Há cidadãos que sofrem falta de coisas que se encontram ao seu dispor, alguns por ignorância e muitos por falta de informação. O nosso país é, à semelhança de outros, conhecido pela carência de bens didácticos e informativos.

A Biblioteca Central Brazão Mazula, munida de indescritível material académico e profissional, com apetrechamento tecnológico dos últimos tempos, é vista como destinada apenas à comunidade estudantil da Universidade Eduardo Mondlane, quando está para servir todos os académicos, profissionais, simples leitores e/ou até ao cidadão comum.

A errada visão de restrição justifica-se pelo facto de a biblioteca em causa encontrar-se no Campus Universitário e pelo facto de resultar da junção do material de várias bibliotecas que serviam as numerosas faculdades da maior instituição do ensino superior em Moçambique.

Muito ao contrário de como o público leitor entende o funcionamento daquela muito desejada biblioteca, pela potência de responder à demanda da procura por parte de académicos e profissionais, está para servir a todo o cidadão com um funcionamento claro e transparente.

Sistema livre de aquisição de obras

os utentes da Biblioteca Central Brazão Mazula têm facilidades providas pela tecnologia contemporânea para efectuarem as suas consultas e buscas. Está instalado na biblioteca um sistema electrónico de localização das obras solicitadas pelos leitores, sistema em que usa-se o índice de busca. Uma vez digitadas as palavras-chave da obra pretendida, seja o nome do autor ou o título da da obra, o sistema exterioriza o código de localização do livro. O referido código facilita o trabalho do leitor ao se dirigir às estantes, isto é, o leitor guia-se pelo código para o lugar específico onde encontra-se arrumada a obra do seu desejo.

Internet

A Biblioteca central Brazão Mazula está ligada à rede electrónica internacional e uma vez que os computadores não chegam para todos os utentes, esses podem trazer os seus aparelhos e lhes são facultados os códigos de wireless, não secretos, que variam do canto onde cada um quer se sentar para navegar na internet.

Sistema electrónico de segurança

De salientar que a biblioteca protege os seus bens, não só com a equipa de segurança G4S, mas também com um sistema electrónico de alerta instlalado no em todo o espaço bibliotecário. Quando um indivíduo decide extraviar uma obra em livro ou qualquer outro bem da biblioteca o alarme toca antes de o prevaricador atingir a porta de saída. O indivíduo que decide tomar de furto os bens da biblioteca é submisso a trâmites judiciais, uma vez que o roubo é punível nos termos da lei.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Limitações tecnológicas podem travar oportunidades

Por: Francisco J. P. Chuquela

As redes sociais alavancaram a possibilidade de estabelecer contactos com gente remota, possibilitando a identificação de oportunidades, mas ainda não há, no nosso país, tecnologia de ponta que possa ajudar a explorar as mesmas oportunidades.

Um moçambicano pode ter acesso a redes sociais de internet e comunicar-se com o mundo, descobrir possibilidades de prestar serviços e gerir negócios no exterior sem se deslocar ou mudar de nacionalidade, mas não terá como pagar ou receber (meios monetários) a distância, isto é, via internet porque o país ainda não está contemplado nos sistemas de transação online de dinheiro.

O paypal é um dos sistemas de transações financeiras na internet no qual os moçambicanos não estão contemplados porque os bancos do país não estão ligados a isso, logo o regulamento desta companhia online não inclui Moçambique, apesar de o Paypal ser uma companhia internacional a servir centenas de países, por isso têm nos seus displays todas as bandeiras do mundo. Será que os dirigentes do nosso país não têm possibilidade de negociar a inclusão do país neste sitema?

Existem em Moçambique, como em todos os países, jovens árduos e preocupados com o sucesso. Jovens que buscam oportunidades para se safarem das garras de carrências.

A tecnologia, principalmente de comunicação, veio facilitar a identificação de oportunidades, mas ainda resta o desafio de afiá-la para ajudar a aproveitar as oportunidades que se vão identificando no dia a dia da Pérola do Índico.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Jovens criticados mesmo diante de barreiras

Por: Francisco Joaquim Pedro Chuquela


Uma das estratégias do governo moçambicano no combate à pobreza absoluta foi, directa ou indirectamente, a introdução, nas escolas privadas e públicas, de cursos centrados no empreendedorismo e capacitação para criação de auto-empregos.

Mas na prática esses cursos são frequentados exclusivamente por aqueles que suportam os custos dos referidos cursos cujas mensalidades superam o salário mínimo actual do país, facto que faz com que a criaçãob dessas formações não seja ou não tenha sido oportunidade para a maioria dos jovens.

Várias vezes, dirigentes deste país criticam os jovens, alegando que esses são preguiçosos e carrecem de criatividade e cultura de trabalho. Exemplo concreto dessas críticas foi quando os dirigentes do país tomaram a palávra durante e depois das manifestações de 1 e 2 de Setembro de 2010.

O povo que manifestava em protesto ao custo de vida que tende a subir, cada vez que o sol se levanta, recebeu, dos subordinantes, referências pejorativas como preguçosos, parados, etc.

Não é saudável que num país como o nosso, em vias de desenvolvimento, hajam oportunidades concentradas para um grupo restrito de pessessoas e portas fechedas para outras, particularmente jovens.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Bolso cheio é a chave para estudar em Moçambique

Por: Francisco J. P. Chuquela

Lá se foram os tempos em que, neste país, a Educação era para cidadãos de todos os níveis sociais, desde a classe de rendimento mais baixo até a do mais alto.

Nos últimos anos parece haver um seleccionador no portão de cada instituição de ensino, principalmente superior, encarregue de seleccionar os que podem e os que não podem estudar, usando o critério ‘Gordura do Bolso’.

As provas de que só os de bolso cheio têm o direito à Educação em Moçambique estão a céu aberto. Veja-se que a partir deste ano, 2011, os pagamentos, desde as propinas até as mensalidades, na maior instituição de ensino superior em Moçambique, Universidade Eduardo Mondlane, sobem em 400%.

Se, por exemplo, as mensalidades para pós-laboral rondavam entre 2.500.00Mt e 3.000.00Mt, com o aumento em 400% vão partir de 6.000.00Mt. Esta percentagem acrescida vale também para as matrículas semestrais do curso diurno.

O salário mínimo deste país é 2.400.00Mt. Aora, um chefe de família com pelo menos três filhos em idade escolar vai lhes pôr a estudar?

Vejamos agoara se ainda funciona o lema ‘Educação para todos’, outrora usado na promoção da escolaridade pelo Moçambique de Samora Machel.

Para onde vai o país com jovens limitados na vida esolar?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Quando a educação deixa de ser para todos

Por: Francisco J. P. Chuquela

Já lá se vão afastando os anos em que a educação batia porta aos moçambicanos. Cada ano lectivo que chega procura ser pior que o outro em termos do número dos moçambicanos que, com imensa vontade de estudar, ficam sem vaga para tal intento.

O que se assiste no nosso país é que os dirigentes desta área anunciam, na hora do balanço, mais escolas construidas, mais escolas reabilitadas, mais professores formados, etc, mas quando chega a vez de se fazer uso dessas conquistas esquivam as câmeras e dizem que não há vagas para os moçambicanos estudarem, crianças incluidas.

Recorde-se que Educação foi dos sectores mais prioritários no começo do período pôs-colonial, pois o primeiro presidente de Moçambique independente, Samora Machel, via nele o futuro do país. O resultado foi excelente, houve uma redução significativa do índice do analfabetismo. Agora os ingressos nas escolas são limitados, limitados até para crianças.

Duas perguntas que provavelmente não podem ganhar respostas directas e claras:

Onde é que são construidas as escolas anunciadas na hora do balanço?
Para onde é que são canalizados os professors formados todos os anos?

Respostas directas e claras para estas perguntas seriam aquelas ditas com exactidão e sem argumentos. Sinceramente não existem nem na boca do titular da pasta de educação.